© Fotografia: Joana Pereira da Silva
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Um fim-de-semana quente, muito quente. A família reunida, os amigos à mesa e os animais à nossa volta.
Havia pudim e tarte, churrasco e abrunhos, havia a ansiedade do descanso, e o cansaço da viagem. Contávamos histórias e os sorrisos eram múltiplos de todos nós.
Tu eras o que mais querias aqueles dias ao sol e nós fazíamos planos, juntávamos o alfabeto, as formas, as ideias, a areia e o mar. Íamos todos comemorar o vosso encontro e o sítio que vos tinha feito um só.
Sem que nada fizesse prever, o caos instalou-se. Domingo, final de almoço, as chávenas de café ainda a meio e olhares curiosos.
Uma chama e um barulho tão forte que me fez ficar paralisada não sei por quanto tempo. Todos à minha volta estavam agitados, caras de terror, braços que apontavam e tu, tu estavas lívido, testa enrugada, olhar de sofrimento. Quando por fim voltei à realidade, não quis acreditar, entrei em estado de choque. Tive vontade de vomitar, as lágrimas explodiram, o corpo caiu num tremor sem fim. Precisava estar calma, mas não conseguia voltar à realidade, o meu corpo paralisou no momento em que os nossos mundos ruíram.
O buraquinho que passou a fazer parte do teu corpo abriu auto-estradas de terror na minha alma. A imagem repete-se, as lágrimas que faço um esforço por engolir azedam os sorrisos que tento oferecer. Agora consigo viver com tudo isto. Limpo todos os dias a alma com um paninho húmido, com muito cuidado para não danificar os laços que nos unem. Mas sinto-te ausente. Não sei se a minha vontade é acampar no logradouro do passado e deixar que a sombra dos pinheiros me traga a brisa do Inverno ou se abro as janelas desta nova forma de sentir e faço arejar as cortinas do meu pensamento.
Sei apenas que as saudades dos momentos que não chegámos a viver se transformaram em momentos de sofrimento que todos os dias vivo e revivo.
Talvez tivéssemos mesmo que passar todos por tudo isto. Já deixei de questionar, já desisti de interromper o destino ou a força das coisas que não se podem impedir, por isso tento espremer daqui a lição de muitas vidas, tento fazer desta estória a história que pensamos que só acontece aos outros.
Dou-te a mão, aperto-a e fecho os olhos. Espero que este incidente nos possa unir, a todos os que partilhamos aquelas lágrimas e aqueles horas de espera, a todos que suspirámos e desejámos que nada daquilo tivesse acontecido, mas mais importante ainda, a todos aqueles que apesar de tudo continuam a estar ao teu lado!
Havia pudim e tarte, churrasco e abrunhos, havia a ansiedade do descanso, e o cansaço da viagem. Contávamos histórias e os sorrisos eram múltiplos de todos nós.
Tu eras o que mais querias aqueles dias ao sol e nós fazíamos planos, juntávamos o alfabeto, as formas, as ideias, a areia e o mar. Íamos todos comemorar o vosso encontro e o sítio que vos tinha feito um só.
Sem que nada fizesse prever, o caos instalou-se. Domingo, final de almoço, as chávenas de café ainda a meio e olhares curiosos.
Uma chama e um barulho tão forte que me fez ficar paralisada não sei por quanto tempo. Todos à minha volta estavam agitados, caras de terror, braços que apontavam e tu, tu estavas lívido, testa enrugada, olhar de sofrimento. Quando por fim voltei à realidade, não quis acreditar, entrei em estado de choque. Tive vontade de vomitar, as lágrimas explodiram, o corpo caiu num tremor sem fim. Precisava estar calma, mas não conseguia voltar à realidade, o meu corpo paralisou no momento em que os nossos mundos ruíram.
O buraquinho que passou a fazer parte do teu corpo abriu auto-estradas de terror na minha alma. A imagem repete-se, as lágrimas que faço um esforço por engolir azedam os sorrisos que tento oferecer. Agora consigo viver com tudo isto. Limpo todos os dias a alma com um paninho húmido, com muito cuidado para não danificar os laços que nos unem. Mas sinto-te ausente. Não sei se a minha vontade é acampar no logradouro do passado e deixar que a sombra dos pinheiros me traga a brisa do Inverno ou se abro as janelas desta nova forma de sentir e faço arejar as cortinas do meu pensamento.
Sei apenas que as saudades dos momentos que não chegámos a viver se transformaram em momentos de sofrimento que todos os dias vivo e revivo.
Talvez tivéssemos mesmo que passar todos por tudo isto. Já deixei de questionar, já desisti de interromper o destino ou a força das coisas que não se podem impedir, por isso tento espremer daqui a lição de muitas vidas, tento fazer desta estória a história que pensamos que só acontece aos outros.
Dou-te a mão, aperto-a e fecho os olhos. Espero que este incidente nos possa unir, a todos os que partilhamos aquelas lágrimas e aqueles horas de espera, a todos que suspirámos e desejámos que nada daquilo tivesse acontecido, mas mais importante ainda, a todos aqueles que apesar de tudo continuam a estar ao teu lado!
18 comentários:
Joana, Linda!
Li, reli, li outra vez...
Será real esta tua estória?
É que... só quem vive momentos destes consegue descrever o que tu aqui contas!
Esta história, infelizmente, acontece a muitos... aos outros e a nós...
Às vezes, o que acontece é um apelo à união, é uma lição que dá luz à alma...
Continuo a estar ao teu lado!
~*Um beijo*~
......como todos nós tentaremos adivinhar o que se terá passado, deixo-te aqui em primeira mão algo que escrevi à dias.....
intruso
de olhar fixo não sei onde
quisera ficar-lhe com o pensamento
abrir-lhe as gavetas fechadas
adivinhar-lhe as mágoas
serenamente foi-se embora
sorriso acotovelado na mente
a vontade presa nas mãos
amarrada pelo desencanto
afinal tudo lhe pertencia
......sim, também a ti tudo te pertence, os dias de sol, o teu sorriso, a felicidade que tanto buscas e mereces........
Beijinhos e noite serena
Tanta dor... é dificil por vezes não nos questionarmos perante o real valor do que fazemos neste mundo, por mais que tenhamos que aceitar a dor permanece para sempre nos nossos corações, deixo-te um beijo
realmente esta estoria mexe, faz parar para pensar e tal como tu, espero do fundo do meu coração que tenha servido para nos unir (como amigos que somos) amigos verdadeiros porque é isso que eu considero que ainda somos...
1 beijo pra ti meu amor, Joana
1 abraço pro "dono" da estoria e rapidas melhoras
Andei por aqui.
O desejo que tudo esteja bem.
Manuel
esta dor que senti vinda de ti é tão forte que só queria abraçar-te, sente esse meu abraço, numa lição de vida que nos dás, numa lição de união
és linda Joana, deixo-te um beijo meu e abraço-te até que me sintas desse lado de lá
lena
Sem comentários...
Beijos, abraços
e a melhoras amigo
Ecreves de maneira doce e de forma sentida...gostei e cá voltarei.
saludos
É realmente uma história de arrepiar e triste.
Bjnhs de ternura
ZezinhoMota
Querida Joana,
Já voltei e venho dar-te um beijinho.
Esta história é mesmo muito intensa!
Um abraço amigo da Daniela
Choque?..tanta coisa sentimos...o momento e os seguintes foi tudo tão estranho e complicado de acordar...Tinha sido um sabádo tão bom e uma manhã tão soalheira:)estava a ser tudo tão perfeito e tão bom de sentir, não era amigos??!!Chorei mt qd li isto!!!Sabes o q é um casulo?? Só consigo dizer q nele me enfiei...para ajudar, pertencer, ser e dar o melhor de mim aos dois homens mais importantes da minha vida...o q me viu nascer..e o q me vai amar desde q o nosso amor nasceu e q será p sempre...Estou naquela fase em q borboleta está quase a sair...e no dia em que sair sei q tenho ambos a meu lado e direi c todo o orgulho, amor e união...AMO-VOS!!!no dia da minha "liberdade de borboleta" outras pessoas saberão em primeira mão q estamos bem...essas pessoas são voces os 3, Pedro,Ricardo e tu Joana...Simplesmente OBRIGADA...amigos!!!Beijoca grande do coração com um sorriso sentido só para vocês...
E apesar da incontornabilidade do destino o homem continua o desafio insano! Paradoxo que não se entende.
Fizeste-me reflectir. Levo algo para casa: um alição de vida.
A dor acaba por se tornar numa memória querida.
Beijo
Joana voltei para te dar mais um abraço! Não sei se a história é real ou ficção, mas se infelizmente for real, quero que saibas que estou aqui.
Um abraço muito amigo da Daniela
beijossssssssssssss
Olá,
Vim hoje pela primeira vez a este teu cantinho e gostei muito do que li, voltarei mais vezes. Aproveita e visita o meu, tenho a certeza que também gostarás.
Será que na vida não vive
quem na vida já viveu?
Ou será que terá vida
quem nesta vida sofreu?
E eu que morri e que vivo
dentro do mundo que passou,
nos versos que não morrerão
após rasgar a vida
irão lembrar quem chorou!
Um bom domingo!
Beijos
Bem escrito.
Impressionante a forma como está escrito, impressionante as sensações que nos são transmitidas durante a leitura...
Beijos de Luz
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