quarta-feira, 21 de dezembro de 2005

Uma História de Natal - (para o Rui e para o Pedro)

© Fotografia: Olhares



O Natal estava a chegar, as ruas estavam enfeitadas com luzinhas e a música soava em todo o lado. O Rui e o Pedro ficavam encantados com esta época do ano, árvores enfeitadas e o Pai Natal estava sempre presente.
O Rui, que era o mais velho, decidiu escrever uma carta ao Pai Natal, mas como o Pedro não sabia escrever, colocou na carta os desejos do maninho pequenino.

Querido Pai Natal,

Sei que andas sempre muito ocupado. A minha Mãe diz que viajas muito, que festejas o Natal em todo o Mundo e dás presentes a meninos como eu e como o Pedro.
Neste Natal, gostava de pedir-te um presente especial, por isso decidi escrever esta carta, gostava que trouxesses muita alegria para minha casa, gostava de ver a minha mãe e o meu pai sorrirem e brincarem comigo e com o Pedro, como quando éramos pequeninos.
Não quero que tragas carros, pistas, bonecos, nem DVD’s. Não quero bicicletas, nem jogos de computador, quero apenas os meus pais felizes!
Espero que a viagem corra bem e que consigas chegar a minha casa antes da meia-noite do dia 24 de Dezembro, vou ficar à tua espera, como sempre.

Rui

P.S: Por favor traz um cãozinho para o meu irmão Pedro, ele diz que só quer um cãozinho.


Nesse dia e depois de embrulhar a carta num envelope, o Rui pediu à mãe para enviar a carta ao Pai Natal e ficou ansioso à espera que os dias passassem. Andava nervoso, os dias passavam devagar, na escola os preparativos para o Natal também já tinham começado e o ambiente tornava-se excitante e melancólico ao mesmo tempo.
À noite o Rui perguntou à mãe:

- Mãe, se o Pai Natal anda sempre a viajar como é que recebe as cartas que os meninos escrevem?

A mãe percebeu que o Rui estava preocupado, que queria mesmo concretizar o seu desejo naquele Natal.

- Não te preocupes Rui, o Pai Natal já telefonou à mãe a dizer que recebeu a carta. Ele tem morada em cada sítio para onde viaja.

O Rui ficou feliz, nesse dia adormeceu agarrado ao Pai Natal de peluche que a avó lhe tinha oferecido.
O dia de Natal chegou. O cheirinho a doces, a mãe, a avó e a tia na cozinha, o Rui e o Pedro a tentarem ajudar e as horas foram passando.
À noite a casa ficou cheia. A árvore cheia de prendas. A casa quentinha. A meia-noite chegou. As prendas começaram a ser distribuídas e o Pai Natal não chegou. O Rui recebeu jogos de computador, DVD’s e muitos outros brinquedos e o Pedro tinha o sapatinho recheado de brinquedos e actividades, mas ainda não tinha aparecido o cãozinho que ele tanto pediu.
Entretanto a campainha tocou. Era o Pai Natal. Desta vez não trazia o saco cheio de prendas como habitualmente, trazia apenas um cesto de palha na mão.
O Rui e o Pedro correram a abraçá-lo. Pensavam que o Pai Natal já não vinha, por isso a alegria era muita.
No cesto o Pai Natal trazia um gatinho todo branco ainda bebé enroscado num cachorrinho todo preto também ainda bebé.
O Pedro gritou de alegria quando percebeu que o Pai Natal tinha trazido o seu cãozinho. O Rui olhou para o Pai Natal e disse:

- Conseguiste Pai Natal?

Ele apontou para um cartão que vinha junto com o gato. Deixou a cesta e foi-se embora.
O Rui pegou no gato com carinho, ao contrário do que fazia quando era mais pequeno e começou a ler o cartão.

Rui,

Este gatinho vai estar sempre ao teu lado, nos bons e nos maus momentos. Vai fazer companhia ao cãozinho do Pedro quando vocês não estiverem por perto e vão sempre tratar muito bem um ao outro, tal como tu e o Pedro fazem, brincam, correm, dormem, comem e de vez em quando fazem asneiras!
O que tu me pediste, vai ser concretizado, porque com meninos como tu, o pai e a mãe vão estar sempre felizes. Olha para eles e verás que isto é verdade.
Até para o próximo ano.

Pai Natal


O Rui olhou para o pai e a mãe, estavam abraçados e a sorrir. O Pedro brincava eufórico com o seu novo cãozinho e no colo do Rui o gatinho branco, de olhos húmidos fez “miau”!

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