segunda-feira, 16 de janeiro de 2006

Metade de Mim


© Fotografia: Olhares

Na noite soava o eco de ti
Porque não havia nuvens
Que transportassem o peso da saudade.
Tudo ficava mais intenso
Quando a lua pousava no meu rosto
E me acariciava os cabelos.
Mas agora…
A lua não morava nos nossos dias,
Procurou outro rumo ou talvez se tenha cansado
De ser apenas inconstante.
Metade de mim procura por ti
Porque a metade de mim que te esqueceu
Está adormecida.
Esqueci-te porque precisava de apagar em mim
A dor do escuro.
O escuro que transportaste para mim
Com o teu hábito cinzento e diabólico.
Talvez tenhas levado de mim
A metade que te apagou
Ou simplesmente fizeste do meu sorriso
O teu equilíbrio,
Para seguires na vida com sucesso.
Fico ausente em mim,
Porque a chuva continua a cair
E não traz a música dos teus sonhos,
Dos meus sonhos
Traz murmúrios de ti,
Feliz mas ausente,
Agarrado à metade de mim que te esqueceu!

6 comentários:

Anónimo disse...

Again... vicias-me com as tuas palavras!

Depois de ler o teu poema o 1º pensamento que tive foi este poema que vou deixar aqui e que eu adoro, posso por aqui para ti??

Tá, presumi que não te importas...


Metade de mim

E que a força do medo que tenho
Não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo que acredito
Não me tape os ouvidos e a boca,
Porque metade de mim é o meu grito
e a outra metade é silêncio.
Que a música que ouço ao longe seja linda,
mesmo que triste.
Que a mulher que eu amo
Seja para sempre amada, mesmo que distante.
Porque metade de mim é partida
E a outra metade é saudade.
Que as palavras que falo
não sejam ouvidas como prece
Nem repetidas com fervor,
Apenas respeitadas
Como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimento,
Porque metade de mim é o que ouço,
Mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
Se transforme na calma
e na paz que eu mereço.
Que essa tensão que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui
e a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste!
Que conviva comigo mesmo
E se transforme ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto
um doce sorriso que me lembro
ter dado na infância.
Porque metade de mim é a lembrança do que fui;
e a outra metade não sei.
Que não seja preciso
mais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silêncio me fale cada vez mais.
Porque metade de mim é abrigo,
Mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta,
Mesmo que ela não saiba
E que ninguém a tente complicar,
Porque é preciso simplicidade
para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é a platéia,
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada,
Porque metade de mim é amor
e a outra metade também.

Osvaldo Montenegro

Beijo, até outro momento

Anónimo disse...

E com isto tudo de ir buscar este poema ía-te perdendo, fecharam-se aqui janelas...
Assim fiquei a saber de onde vim, para ter-te encontrado.
Estava a comentar a Lagoa Azul e subi a janela dos comentário e... (confesso) a tua imagem chamou-me á atenção, fui cuscar...
É foi assim que aqui vim parar.

Por falar em parar, vou parar a visita que estava a fazer, poderei estar a ser aborrecido. Não que não tenha desculpa para isso... afinal sou LOUCO não é??

Um beijo, até outro impulso que me traga aqui.

PS: Vou guardar o teu endereço para não ter que correr mundos para aqui chegar!

Anónimo disse...

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Anónimo disse...

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