sábado, 27 de outubro de 2007

Nas asas do pensamento

Os fantasmas voltaram. Vieram de mansinho e deixaram em mim o teu perfume. Sonho contigo todos os dias e a imagem do teu corpo a transformar-se de dia para dia sem que eu o possa tocar faz-me sentir insignificante.

Deito-me com outra ao lado sem que a sinta. Porque em mim só tu habitas. Nunca tive a coragem suficiente para te agarrar e nunca fui homem suficiente para te amar por inteiro.

Foste minha por um acaso, deixei que fosses só isso e agora a imagem de ti grávida deixou-me paralisado.

Talvez sempre te tenha amado. Ou talvez nunca tenha deixado de te amar e os fantasmas voltam em forma de castigo…porque nunca te disse o quanto és importante para mim.

Sempre que me perguntaste o que sentia por ti, guardei, sem saber, o maior tesouro que a humanidade tem. Guardei-te em mim, perpetuei os teus beijos, o desenho que os teus cabelos fizeram na minha cama e o aroma que juntos bebemos, sôfregos de nós.

Tenho em cada lembrança, o sabor do momento. Não acredito que algum dia fomos um do outro, talvez tenha sido apenas um sonho, um sonho bom. E é nessa lembrança que me deixo embalar, que faço com que os fantasmas me castiguem e me façam percorrer um caminho que não é o meu.

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